sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A "vergonha"

Vergonha. Tinha uma imagem mental de vergonha que passava por um indivíduo se expressar de alguma forma, sendo que intimamente não considerava esse acto de expressão (ou a ideia subjacente) correcto. Verdadeiramente, essas são as linhas gerais do que entendemos por “vergonha”, mas dei por mim a pensar recentemente se poderíamos sentir vergonha por algo correcto?

Um pequeno exemplo: se sentirmos amor por alguém, mas estivermos numa relação, sentimos que estamos, de alguma forma, a trair o parceiro (obviamente, por aquilo que puderam, anteriormente, ler, eu creio que isto é uma questão mais “social” que ética, visto eu acreditar na máxima do amor que se multiplica, não que se divide)... Sentimos vergonha, mas será essa “vergonha” a mesma vergonha que nos é dado a conhecer ao longo da vida? (Poderá a vergonha ser o “correcto” que receia agir contra o “socialmente ou moralmente aceite”?)

Eu olho para esta “vergonha” de amor e vejo um sentimento puro, honesto, que, por questões relativas apenas à visão distorcida da sociedade, é tomado como algo não-puro, incorrecto, etc., logo considerado vergonhoso.
Não tenho bem a certeza, ainda não consegui definir bem esta ideia na minha mente, mas creio que estou a aperceber-me de alguma falha na definição “mundana” do conceito de vergonha. Pode ser que, futuramente, consiga contribuir para uma melhor definição do conceito e possa estender essa pequena ideia a outros (admito, não tenho grandes esperanças, excepto num ou outro caso).

Peço-vos apenas que não misturem os conceitos de vergonha e culpa, pois então não poderão aproximar-se da ideia que expresso.

Retomarei esta linha de pensamento, no futuro, pois creio que poderá haver aqui algo interessante e bom de se abordar.

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