sábado, 27 de novembro de 2010

"Manual de utilização" responsável

 AKA Uma breve explicação da forma da minha escrita

Antes de começar, explicitarei o que me levou a desejar escrever sobre este tema: dei por mim com um pensamento que não me passava pela cabeça, há um bom tempo... Um pensamento de desgosto, não no sentido de descontentamento, mas de um pesar e contrariedade para com outros "escritores".

Se me perguntassem a razão de eu escrever, diria que escrevo porque nada disto me pertence, nada disto é meu, embora eu o escreva. Tudo o que penso, tudo o que escrevo, ao Universo pertence, não é mais que meu dever dar de volta, incondicionalmente, o que me foi "emprestado". Tolos, loucos, ignorantes, crêem que desenvolvem algum pensamento próprio? Tudo o que pensam encontra-se erigido em pilares de quem vos antecedeu!
E mesmo que, na ínfima probabilidade dos acontecimentos, chegassem a um pensamento "próprio", ainda assim tal não vos pertenceria, pois a ideia já lá se encontrava, nada mais fizeram que a descobrir.

Quanto à forma como escrevo... Escrevo de forma simples, concisa, simples de ler, corrijam-me se estiver enganado. Pretendo ser facilmente compreendido.

"Ser compreendido é prostituir-se. Prefiro ser tomado a sério como o que não sou, ignorado humanamente, com decência e naturalidade." - Fernando Pessoa

Sou, sem sombra de dúvidas, um pessoano, mas não consigo concordar com este pequeno excerto. Serei talvez um homem a tentar prostituir-se? Possivelmente, mas não vejo as ideias como minhas, não tento "vender" nada de meu, logo será isto prostituição intelectual? Afastei-me do tema, voltando ao "ranting".

Há uma razão simples para escrever como escrevo. Não é falta de cultura, tenho um bom nível de cultura geral. Não é falta de vocabulário, tenho um vocabulário extenso e repleto de adornos. Não, eu escrevo de forma simples, unicamente, para melhor ser compreendido, como já referi.

Não desejo vedar o que escrevo a ninguém. Mesmo as ideias mais complexas podem ser traduzidas para equações simples, que qualquer homem possa seguir, para lhe facilitar aquele, por vezes árduo, caminho em direcção ao conhecimento (não digo que transmita conhecimento, digo apenas que tento e facilito!). Aquilo que escrevo, não o escrevo para mim, escrevo para todos.

Verbosidades e verborreias! Tentativas vãs e narcisistas de eloquência falsamente indulgentes...

Deixai aos que pretendem enfardar o próprio ego deleitar-se em néscios enfardamentos de verborreias intransigentes! Enfardem-se, entrouxem-se, embrulhem-se no vosso egocentrismo até as náuseas vos vergarem! Expurgam-se e regurgitem essas vossas ideias e complexos de superioridade! São tão pequenos quanto eu, quão pequenos quanto qualquer outro ser! Engasguem-se agora, sim, que um travo amargo vos agracia o palato e vejam quão pequeno é o Homem e mais pequeno ainda o indivíduo que se coloca acima do Homem. 

Espero que tenham apreciado este meu gesto. Se se sentirem insultados, óptimo, as bestiagas mais casmurras bem deveriam levar, com maior frequência, uma versgatada intelectual! Ao menos, algo do que expressei atravessou essas couraças que tendem para o desprezo pelo próximo e pela proliferativa tendência para a indiferença a tudo menos ao próprio... Nada é sem propósito, façam por acrescentar algum às vossas vidas.

Bem, esta foi uma sessão deveras agradável, sim? Tomaremos estas ideias em consideração para as seguintes "contribuições" literárias, sim? Deveras agradecido pela vossa atenção, certamente concedida pelos mais brevíssimos dos momentos e não sem uma boa dose de contrariedade. Deveras agradecido, mesmo. Tentem não se esquecer que vos amo e nada do que faço é com intuito malicioso.

Faria apenas mais uns ligeiros acrescentos. A utilização frequente de reticências deve-se à minha compreensão e realização que muitos pensamentos são incompletos... Muitos, ah! Todos! Orgulhoso e prepotente o indivíduo que crê que sabe pensar e se afasta da ignorância.


E o uso comum das aspas "curvas" (como as que acabei de usar... Acho a definição engraçada) está relacionado com a minha aceitação da ambiguidade e subjectividade de muitos termos por mim utilizados.


Os parênteses costumam servir para pouco mais que acrescentar uns comentários mais pessoais, ao longo do texto, para não distrairem, em demasia, o leitor da leitura ;)

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