quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Racionalidade Irracional

Ocorreu-me algo engraçado, acerca do "pensar" dos homens, sobre verdades e certezas, eternos e absolutos.

Teimamos em considerar dualismos e rejeitar globalidades. Nada mais fazemos que lidar e aceitar extremos que nos roubam uma grande medida de realidade. A vida não é a preto e branco, mas uma multitude de tonalidades de cinzento... Quão fácil de dizer, quão difícil de aplicar.

Na procura de verdades e certezas, afastamo-nos das falácias. Estas são, no entanto, reais e racionais, senão não haveria qualquer medida do seu oposto. Obstinados, não reconhecemos no oposto da verdade uma medida de verdade. Relembro-vos, uma falácia não pode ser construída sem uma base "verdadeira", pois então não seria mais que ficção.
Também a ficção temos dificuldade em reconhecer como real...

(Não imaginam o gosto com que me rio, à medida que escrevo sobre este tema. Não é um riso de malícia, mas de puro prazer!)

Na procura de eternos e absolutos, afastamo-nos dos paradoxos. Os paradoxos representam o máximo de ambiguidade, um ser e não-ser simultâneo que, mais um vez, vemos como mutuamente exclusivos, em vez de complementares... E qual é a razão para tal? Continuo a perguntar-me o que levará os homens a não reconhecer a realidade de coisas reais!
Se os paradoxos incomodam-vos, isso trai o vosso desejo profundo por absolutos. Mas tais absolutos serão, essencialmente, incompletos.

Como poderemos pretender "conhecer" a realidade se rejeitamos certas partes, meramente, por não fazerem "sentido"? Quem ou o que é que define o que tem ou não sentido?

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