domingo, 21 de novembro de 2010

A consciência

Poderia intitular este pequeno texto como “A vida”, mas a abordagem ao tema seria vagamente diferente e fiz a minha escolha, por razões que desconheço (provavelmente, apenas "porque sim").

Quando abordo este tema, apercebo-me que a minha opinião na matéria discorda quer da corrente científica materialista, quer da filosófica materialista. Não digo que seja um pensamento original, já muitos o pensaram e muitos o pensam, mas não é, para todos os efeitos, o modo de pensar “mainstream” e todas as “conclusões” a que chego passam sempre pela minha interpretação da informação, não por um debitar de “conhecimento” (eis outro tema que pretenderei abordar brevemente, mas há uns quantos mais intímos que se poderão colocar à frente) de outras mentes...

Toldo a realidade com a minha medida de subjectividade, sem qualquer dúvida, mas antes isso que toldá-la com a subjectividade dos outros e, simultaneamente, corromper a minha mente com pensamento alheio, afastado dos conceitos universais.

Nós somos corpo, mente e, para alguns, alma. Focando-nos no aspecto materialista, somos corpo e mente. Desenvolverei o meu pensamento por esta vertente.

Somos todos compostos por átomos, mas não uso este termo no seu contexto científico, uso-o no contexto do conceito “de” Demócrito... Pequenas partículas indivisíveis, blocos da criação, que compõe a realidade. Somos todos compostos por átomos.

Ora, um átomo não tem consciência própria, certo? No entanto, no caso do ser humano (pelo menos), um número “extraordinariamente” grande de átomos gera uma consciência... (A qualidade ou aspecto das relações dos átomos é, geralmente, ignorada por esta linha de pensamento materialista, logo não a abordarei.) É uma questão de quantidade? Não faz sentido. O que impediria uma pedra grande de ter consciência?

Ah! Afastei-me das “coisas vivas”, têm toda a razão... Mas, um átomo não tem vida... E um conjunto de átomos tem... Querem mesmo seguir por este tema? Eu diria que não, voltemos ao tema original. (Futuramente, poderei pegar neste mesmo tema pela perspectiva da “vida”)

Se a qualidade é ignorada e a quantidade não cria a consciência, o que criará tal? Para o Materialismo, não há mais nada... Então chegámos a um impasse. Terá que ser admitida uma de duas coisas:

1) Tudo o que é "grande" tem consciência. Vivo, não-vivo não importa. (Se não desejam chegar à origem, pelo menos, admitam isto);
2) O átomo tem consciência. Isto englobaria o ponto 1) e, creio, aproximar-se-ia um pouco mais da origem.

Não admitem nenhuma das duas? Então têm que admitir a existência da alma imaterial, e a corrente materialista morre.

Vá, talvez não morra plenamente, o Materialismo Dialético ainda se pode admitir, visto reconhecer a qualidade das relações, mas não deixo de sentir que se encontra em falta de... Algo...

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