sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Um algo que é nada e tudo

Estou a sofrer de um ligeiro caso de bloqueio de escritor. Não tenho nenhum tema em mente.
Não que me considere um escritor, longe disso. Prefiro deixar as definições do Homem ao Homem e tenho ainda umas certas reservas quanto à minha inserção em tal grupo... (Engraçado, o tema nasce do nada. Será o nada, nada?) Sou e não sou. Sou o Homem. Menos que o Homem. Mais que um Homem, mais que vários, mais que todos. Eternamente semelhante e desigual, sem medida-padrão concreta.

Um colega e amigo fez-me, há dias, uma pergunta à qual respondi com uma certa naturalidade, mas com um profundo sentimento de pesar... Alegria também, mas toldada com mágoa. Melancolia, talvez? Partindo para a pergunta, foi algo do género:
"O que queres/gostarias que as pessoas dissessem de ti ou que conceito gostarias de te ter associado, pelos outros?"

Não pude fazer mais que cismar na minha morte e fim e disse: "Tentar".

Verdadeiramente, tanto reconhecimento quanto poderia aceitar em vida, uma pequena frase em morte, inscrita na minha urna...

"A tentativa de Homem que tentou."

Que profunda dor e felicidade. Já nasci e morri imensas vezes, quiçá nunca tenha existido... E tenho ainda tão poucos, imensos, anos pela frente... Uma dose infinita de brevíssimos momentos.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Podem comentar à vontade, peço apenas que mantenham o respeito pelos utilizadores deste blog. A boa educação é uma coisa maravilhosa!