domingo, 28 de novembro de 2010

Autocracia


Se colmatarem o que seguidamente lerão com o meu pequeno texto sobre a “Democracia”, terão uma visão mais ampla do porquê de algumas considerações menos famosas ou populares que farei.

Sistema político autocrático, autoritário, tirânico e corrupto, cujas acções tendem sempre para a melhoria da condição do alto dirigente (e sub-classe de dirigentes), em detrimento da maioria ou Povo... Será?

Tivemos maus exemplos de autocracias (aliás, historicamente, são raros os casos felizes de Autocracias), mas não devemos colocar de parte este sistema político com base em tais exemplos. Se pretenderem ser justos, farão uma análise ideológica, e não apenas realista, deste sistema político, como o fariam com a Democracia.

Mesmo numa Autocracia, onde o poder se encontra centrado num indivíduo, existe a óbvia necessidade da criação de uma sub-classe de dirigentes cuja função é a organização e governo do Estado (nenhum indivíduo singular poderia fazer tal numa área de largas dimensões). Existe uma centralização e focalização do poder político? Sim, mas tal não implica o aparecimento de corrupção.

Nem toda a concentração de poder resulta em megalomania, prepotência e corrupção. Eu acredito, sinceramente, que um autocrata treinado, de forma altruística e responsável, para governar, teria melhores capacidades para impelir a justa e benéfica proliferação de uma Nação que uma classe de dirigentes políticos, como as presentes na modernas democracias.

O ser humano é e será sempre imperfeito, mas há, entre todos os indivíduos, aqueles que poderiam trazer prosperidade. Há indivíduos que, por razões que desconhecemos, são visionários e demonstram intelectos e capacidades de racionalização, que se encontram de tal forma fora dos parâmetros da maioria, que seriam geralmente incompreendidos e impedidos de dar a sua mui necessária contribuição.

O estado actual do Mundo, esta multitude de nações, conflitos e “diferenças” (ridículo!), é extraordinariamente impeditivo da progressão da nossa espécie.

Pelas ideias apresentadas neste texto e na “Democracia”, arriscar-me-ia a dizer que, se futuramente não houver a criação de um governo global autocrático, capaz de direccionar a espécie humana para novos rumos, a humanidade tenderá lentamente para a obliteração.
Se o cidadão comum é incapaz de diferenciar o que precisa do que quer, e escolhe, tendencialmente, o que quer, para ser assegurada a propagação da espécie, deveria ser controlado por quem tem uma visão mais alargada da “ordem das coisas”. Eticamente reprovável, este pensamento revolta-me, mas... Mas, não sei. Não sei se conseguiria escolher o destino de outros, mesmo que estes caminhassem para o seu fim, nem sei se conseguiria escolher o destino e viver com a minha escolha. Ambas as hipóteses têm grande valor, depende apenas de saber se um indivíduo seria capaz de sacrificar-se (talvez não fisicamente ou mentalmente, mas espiritualmente) ou não por uma espécie inteira.

Aconselho-vos a não tentarem responder a esta dúvida, não pode ninguém dar-lhe uma resposta correcta, nem creio que qualquer indivíduo obtenha ao longo da vida experiencia suficiente para fazer tais escolhas.

No fim de contas, a ambiguidade permanece... A Democracia não pode funcionar, a Autocracia pode funcionar, mas não deve... Ou, talvez, não deva apenas, sendo o dirigente uma consciência humana, isso é algo que dá que pensar.

Não faço defesa de qualquer sistema político, pois, como sabem, defendo a Anarquia. Não quis fazer mais que expôr pontos de vista, muitas vezes ignorados, sobre quer a Democracia, quer a Autocracia.

Creio que voltarei a abordar este tema.

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