sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A "verdadeira" doença

Não me sinto com vontade de partilhar, mas ainda assim fá-lo-ei, sinto que é minha responsabilidade. Incomodam-me certos aspectos da sociedade e creio que deveria haver maior tentativa de exposição dos mais diversos problemas, para que possam ser melhor resolvidos. Não vou tocar, no entanto, em nenhum aspecto materialista, prefiro atacar directamente os valores que a sociedade nos confere.

A sociedade é composta pela totalidade dos indivíduos, no entanto, parece ser superior a isso. Isto foi algo que já referi anteriormente, não vale a pena voltar a aprofundar (o texto tornar-se-ia demasiado longo e pesado). A sociedade não está doente, ao contrário do que podem pensar que eu diria.

A sociedade É doente. Ah, bold accusations, no? Repeti-lo-ei, a sociedade É doente e, visto que a sua composição é maioritariamete o ser humano, o ser humano será então também doente. Hmm, queria abordar um conceito específico, receio divagar... Tentarei voltar a dar seguimento à linha de pensamento original.
A sociedade tem vindo, ao longo da História, a tentar corromper conceitos universais (beleza, amor, infinito, Deus, tudo aquilo que não pode ser exactamente expresso, é subjectivo, e no entanto, todos conhecemos e temos uma certa compreensão dos conceitos). Quando digo “tentar corromper”, é exactamente isso, tentar. Tais conceitos não podem ser transfigurados, mas acredito que a visão subjectiva dos mesmos tenha vindo a ser manipulada e tende a afastar-se cada vez mais do aspecto objectivo dos conceitos.

Querem um bom exemplo? Pensem no amor. Esse estranho sentimento que todos sentimos de alguma forma, com maior ou menos intensidade (não me sinto confortável com esta definição, mas facilitará a vossa compreensão), todos nós o conhecemos. Será que a sociedade tem vindo a corromper este sentimento? Digam-se vocês. Eu vejo uma sociedade que nos ensina, enquanto jovens, que o amor “não se divide, multiplica-se”, que “amamos ambos os pais da mesma forma”, que “devemos amar o próximo como a nós mesmos” e muitas outras expressões.
Engraçado que, à medida que envelhecemos, afastamo-nos cada vez mais desses aspectos básicos e objectivos do amor. De repente, não podemos amar toda a gente (haha, imaginem então tenta amar algo que não é outro ser humano!)... A sociedade vai ainda mais longe (a ocidental, pelo menos), só podes amar uma pessoa estranha! Que engraçado, eu podia jurar que sinto amor por todas as coisas vivas e não-vivas, quer porque me agradam, quer por que me desagradam (e vêm dessa forma ajudar a definir os meus limites físicos, emocionais, intelectuais e o meu próprio ser).

Que estranha volta que o tema dá, passamos de poder amar tudo para poder amar pouco mais que uma pessoa e a descendência que dela provenha. Serei o único que se apercebe do quão doentio é este conceito de tentativa da sociedade de controlar as nossas emoções? Se não concordam com esse aspecto, não são livres. A nossa liberdade acaba onde a dos outros começa. Mas se alguém decidir estender os seus limites e seja aceite por outros, quem somos nós para pôr semelhante coisa em causa?
Compreendam a objectividade do que estou a relatar, não estou a apregoar coisas como o Poliamor e semelhantes, este tipo de filosofia não é nem certa, nem errada (não há certos nem errados!). Não estou também a apregoar comportamentos sexuais ditos desviantes (desviantes? Somos tão rápidos a julgar aquilo que não compreendemos). Cada indivíduo escolhe uma filosofia de vida que lhe faça sentido, desde que não interfira com a liberdade dos outros. Que doença profunda, transfigurante, debilitante e repugnante essa da sociedade. Chegámos a um ponto em que a sociedade tenta controlar a condição humana. E vão todos atrás como ovelhas... Talvez não todos, mas muitos :'( Que dor insuportável :'(

Eu não escolho ser contra a sociedade, tão pouco escolho ser a favor dela. Eu escolho ser “associal”, pois sei que, enquanto agir correctamente, enquanto tiver princípios éticos, enquanto tiver consciência das minhas limitações e dos outros, assim como consciência da minha liberdade e dos outros, as minhas acções serão essencialmente correctas e puras. Coloquem as vossas mentes em causa, ainda vão a tempo de perceber o tenebroso erro que está a ser cometido! Ainda vão a tempo de viver esta vida como deveria ser vivida, plenamente, livremente, responsavelmente... Coloquem o vosse ser social em causa e procurem a verdadeira medida das vossas existências...

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