segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Objectivos, limites

O ser social, o indivíduo dito funcional, traça objectivos. Esses objectivos são, essencialmente, limites e para não perder o seu propósito, o indivíduo deve traçar novos objectivos quando alcança os anteriores (o que não o faz, torna-se obsoleto e é eliminado das mais diversas e imaginativas formas). Estes limites estender-se-iam então para o infinito e seriam a representação do infinito "real", que já tive a oportunidade de desenvolver no texto “Um breve “debruçar” sobre o Infinito”.
Há apenas um senão, o indivíduo é efémero, finito, logo haverá sempre um objectivo por cumprir, um limite que não foi expandido. O corpo e a mente perecem, os limites da vida alcançam o indivíduo.

Apresento-vos então um novo indivíduo, esse indivíduo sente, pensa, diz e age de uma forma discordante das normas sociais. Não traça objectivos! Loucura...

Engraçado que, no entanto, ao não traçar objectivos, não auto-impõe limites.

Esta realidade já nos coloca limites que chegue e o Homem, ser pequeno e tolo, acrescenta mais uns quantos, como se a dificuldade desta existência não fosse já suficiente. Não, temos que acrescentar à dificuldade da existência a dificuldade da vida...



Procuro aproximar-me desse “estranho” indivíduo sem objectivos. O carácter colectivo “social” não se encontra presente em tal ser e, no entanto, creio que este caminha mais perto da integração numa colectividade universal...

É aqui que entra, por exemplo, o meu dar, incondicionalmente. Livre de objectivos, livre do desejo de algo em troca, não coloco limites à realidade e deixo-a desenrolar-se de forma “correcta”, como é suposto. Há sempre uma medida de influência, claro, mas é diminuta e permite a verdadeira “ordem das coisas”.

Refiro, mais uma vez, que este indivíduo não poderia ser sem a Ética, pois tornar-se-ia, certamente, uma aberração. A representação física do caos, uma consciência que colocaria os seus esforços numa tentativa, inconsciente ou não, de desfazer a Ordem.

Esta existência é Caos, sim, mas é também Ordem, mas não desenvolverei tal tema, nesta altura, pois tal afastar-se-ia do meu objectivo actual (irónico, deveras)...

Compreenderão, de facto, uma limitação nesta ideia que expresso. Os objectivos são limites, meramente, físicos e mentais, pertencem à vida e, para lá da vida, há uma existência, essa experimentada pela alma que poderá então, ad eternum, expandir os seus limites para o infinito... Ainda assim, não chega sequer perto do infinito "ideal", tal estará vedado a tudo, menos a Deus, certamente.

Levantam-se os mais variados temas e pontos de discussão neste pequeno texto, mas creio que, hoje, não tenho cabeça para tentar abordá-los. Estou consciente da minha ambiguidade e faço por tocar as mais diferentes perspectivas, mas tal torna-se cansativo sem participação do “outro”.

Volto a fazer o convite: participem.

Digam apenas uma palavra, se vos aprouver, dêem-me algo, incondicionalmente, para que eu possa desenvolver estas ideias duma forma que ser-vos-á, certamente, mais íntima. Há um Universo inteiro à espera de ter de volta o que nos foi “emprestado”...

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