quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Conceito dos conceitos

Esta escolha de título é ambígua, há uma razão para tal: porque sim. A justificação racional passa pela abordagem simultânea ao tema efectuada quer pela conceptualização dos conceitos, quer pela identificação de conceitos que se “sobrepôem” a outros...

A minha visão dos conceitos identifica-os como inatos, universais e absolutos.... Mudando apenas a interpretação e representação dos mesmos pela subjectividade da mente e consciência associadas à condição humana. Tenhos os meus “motivos” ou “razões” que, subjectivamente, justificam esta crença e farei tudo ao eu alcance para os expressar de uma forma simples, concisa, concreta e “objectiva”.

A ideia da “tábua rasa” diz que todos os conceitos são criados pelo Homem. Diz também que estes conceitos são construídos tendo-se uns aos outros como base. Isto levanta a questão: Como surgiu o primeiro conceito?
Uma abordagem empirista que se revela, essencialmente, ilógica, pois remete a um ciclo tão engraçado e paradoxal como o seguinte:

... --> Ovo da galinha --> Galinha --> Ovo da galinha --> ... (ad eternum)

Não coloco em questão a realidade dos paradoxos, mas, neste caso em particular, não consigo concordar com semelhante visão.
Esta é a minha base “lógica” para o aspecto inato e universal dos conceitos: uma coisa não gera a própria, excepto no caso de Deus, que abordarei para o fim deste pequeno texto.

Passando então, finalmente, ao conceito dos conceitos, poder-se-ia afirmar que estes são a essência das coisas (sejam elas materiais ou imateriais), sendo que estas estão intrinsecamente ligadas aos conceitos associados que, por serem universais, não permitem à realidade afastar-se dos mesmos, criando desse modo algo “novo”. Espero ter-me feito entender razoavelmente bem...
O Homem não faz mais que descobrir, interpretar e representar conceitos, nem pode afastar-se dos mesmos, pois, na realidade, não faria mais que aproximar-se dos conceitos opostos.

Obtenho da prévia ideia a seguinte: há conceitos “derradeiros” (pilares da realidade e existência) que podem apenas ser atingidos e “compreendidos” pela realização dos seus opostos.

Entre outros, englobaria nestes conceitos “derradeiros” os de:
1) “perfeição”, pois o ser humano apenas o atinge através da realização da sua imperfeição;
2) “infinito”, pois o ser humano lida, constantemente, com a realização de que é finito e “pequeno”;
3) “eternidade”, pois o ser humano apercebe-se e compreende que é efémero;
4) “Deus”, pois o ser humano reconhece um certo nível de singularidade e colectividade fraccionadas e limitações de todas as ordens.

Como disse inicialmente, há mais... Apenas não os referi, pois considero estas os mais relevantes.

Há, no entanto, uma terrível, assustadora e infinitamente grande falha na minha linha de pensamento, que tratarei de expôr (não será, talvez, assim tão simples de se identificar... Creio que ficarão surpreendidos) e tentar “resolver”...

O conceito de Deus é um paradoxo.
O conceito de Deus é a essência absoluta de algo absoluto... Como poderá tal ser?

Deus é origem, perfeição, totalidade, infinito e mais... Eternamente "mais".
Existe um conceito de Deus e esse conceito é o conceito de “tudo”. Mas, se um conceito é universal e absoluto (essencial), seria então este superior a Deus? Deus passaria a ser uma verdade secundária...

Há qualquer coisa que não bate certo, pois o conceito de Deus não pode diminuir Deus e deve, no entanto, permanecer universal e absoluto. Mas como? Como pode esta verdade ser, simultaneamente, primária e secundária? (Não imaginam o ataque de pânico que estive prestes a sofrer quando tal pensamento surgiu na mina mente.)

Uma questão paradoxal tão complexa que me faz colocar em causa aquilo que considero como a minha “sanidade”, mas que, creio, através de um trabalho anterior ter possibilitado a sua parcial “resolução”. Essa “resolução” passará pela medida de “Irrealidade” que expressei na “Conceptualização Divina” e poderá, talvez, por esta via ser acrescentada “razão” à verdade que é Deus.

Não sou louco ou megalómano ao ponto de sequer surgerir que caminho por locais vedados a outros. Tento apenas ver para além de olhar e não tenho receio de me expressar, pois procuro dessa forma atingir o Mundo e deixá-lo atingir-me.

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