sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Considerações sobre o próprio (eu) e a (minha) vida


Vamos a ser honestos, não sou particularmente bonito ou inteligente. Não tenho dinheiro ou posses... Não tenho nome ou hereditariedade relevante. Não sou, particularmente, nada.

A única coisa que tenho é uma mente peculiar e uma eticidade dificilmente atingível, suponho, mas não sei até que ponto é isto valorizado, hoje em dia. Reformulo, até tenho uma ideia, mas o conhecimento do valor dado a semelhantes aspectos deixa-me algo indisposto, embora, como com tudo nesta realidade, aceito-o.

Não me incomoda particularmente, apenas eu e mais duas pessoas têm que se encontrar conscientes da minha eticidade e valor.
O resto, como eu costumo dizer, é nada. É pó, levado pelo vento, é pó.

Objectivamente, tenho-me em grande conta e, embora não me coloque acima dos outros, pois prefiro não me comparar a seres que, embora iguais, são, para todos os efeitos, diferentes, sei que tenho grande valor. Subjectivamente, fiquei de tal forma desiludido com o meu passado, que tenho receio de admitir conscientemente, por mais que uns momentos, que tenho qualquer real valor... Não vá eu degenerar...

Desta forma, através desta depreciação constante, combato activamente a tendência humana, instintiva, para o mal, suprimindo tais ideias e servindo-de de uma racionalização extraordinária da realidade para me manter sob controlo. Manter o auto-controlo que tenho, nem imaginam como é... Pareço muito solto, quase imoral e desapegado das coisas? Isso é exactamente o esforço imenso para me manter num caminho correcto, certo e puro. Auto-controlo, verdade, eticidade e amor - estes são os pilares da minha vida. E centro todos no valor absoluto das ideias e conceitos, no Universo e em Deus...

Para todos os efeitos, corpo e mente são irrelevantes, apenas a alma importa. Aquilo que falta a muitos é existência. Já o disse antes, já o expressei tantas vezes... Existirá alguém que me oiça? Digam algo, qualquer coisa...

Alguém? Nada mais precisam de dizer que: "Eu. Eu tento ver...". Alguém?

Viver é simples, tão simples... É só ocupar espaço, respirar, comer, dormir, etc., existir é bem mais complicado.
Existir implica um propósito, implica querermos alcançar mais, desejarmos apenas o que merecemos, procurar a máxima eticidade do nosso ser.
Eliminar todos os preconceitos, racionalizar este Mundo e vê-lo como um todo, em vez de apenas fragmentos, aceitar a realidade como é...

Para mim, existir é amar. Olha-me nos olhos... Faz mais que olhar, vê-me. Sentes a verdade?

Fui desperto, recentemente, e sinto-me agora preenchido, mesmo que viesse a perder tudo o que tenho e tudo o que poderia ter, entendem?
Se perdesse tudo, poderia simplesmente abdicar da vida pois teria, pelo menos, existido por uns momentos...
E poderia ainda existir, ad eternum, apenas como alma. Logo, estou feliz, estou satisfeito com o que alcancei em tão curta vida.

Sinto-me pleno, em contacto profundo com a realidade e apercebo-me que, com o passar dos dias, toda a maldade, o egoísmo, tudo tem vindo a escorrer... Não sei para onde segue, mas tem vindo a desvanecer-se... Custa, cada vez mais, ser intolerante ou preconceituoso, custa-me zangar-me ou ficar irritado, custa-me receber, se não for dado incondicionalmente. Custa-me ser incorrecto, que pensamento tão estranho...

Verdadeiramente, creio que o corpo e a mente tentam manter um certo hábito desta vida, à medida que a alma tem expurgado o resto...
A expurgação será apenas completa aquando da morte, mas o processo já começou e isso é relevante.


Divago...

Ainda acham que é a sociedade, essa colectividade estranhanhamente consciente de indivíduos, que define a verdade? Que define o que é correcto? É tudo tão corrupto, tão falso, tão social, tão moral... Tão pouco certo, verdadeiro ou ético.
Devemos ver para além destas ridículas "paredes", obstáculos, que colocaram à nossa frente, devemos mover-nos para lá destas inexistentes grilhetas... Segue-me, espero-te...
Quando nos apercebemos do que é incorrecto, a mente pode apenas partir para novo incorrecto ou para o correcto e, para este último, basta apenas objectividade e pureza...

Todos os dias são melhores que os anteriores, somos nós que decidimos tal, somos nós que temos o poder de mudar as coisas. Todos os momentos trazem mudança, mas nós, para além de mudados, podemos também ser mudança. Podemos ser esse estranho catalisador que influencia o Universo, por mais insignificantes que nos possamos sentir...

De cada vez que parecer que vos deitam abaixo...
Basta pensarem o seguinte: "A força do Universo e de Deus sustém-me. Faço por ser correcto, bom e justo. Que tenho eu a recear?"

O resto é nada.

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