sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ciclo, Vida, Morte, Dar, Existir

Eu sou um ciclo. Existo.
Interminável, sem começo nem fim, eterno, sem causa ou efeito.
Sou O ciclo.

Eu sou uma vida. Dou.
Respiras, alimentas-te, pensas, prossegues, tens princípio e termo.
Sou A vida.

Eu sou uma morte. Tiro.
Incompleto, inexistente ou existência que passou, não prossegues.
Sou A morte.

Existe um ciclo de vida e morte, é nos dado e tirado como parte da condição humana. Este ciclo é infinito, os seus parâmetros impossíveis de definir. Este ciclo existirá sempre, independentemente das acções do Homem.
Existe um ciclo, é parte integrante da “ordem das coisas”, é o sistema fechado que permite a abertura a algo mais... A mais que uma vida ou morte, a uma existência? Não, talvez não ainda, é demasiado cedo...

A vida é-nos dada. Nascemos, respiramos, alimentamo-nos, pensamos... Progredimos. Seguimos num estranho ritmo, procuramos alguma espécie de significado, mas tal não pode ser alcançado em vida. Devemos procurar aceitação, aceitação de tudo por tudo...
Existe uma vida. Temos um início, que é dado apenas com uma data-limite.

A vida é-nos tirada, a morte é dada. Crescemos, envelhecemos, definhamos... Perecemos. Desejamos que haja algo mais para lá disto, seremos cegos por vê-lo ou por não o ver? Devemos resignar-nos, as regras são-nos desconhecidas, devemos esperar...
Existe uma morte. Temos um limite, que é possível apenas pela realização que temos um começo.

Verão, certamente, que nesta realidade existe uma única força... A força de dar. Tanto este ciclo, como a vida ou a morte são-nos dados, incondicionalmente. Não existe, nesta realidade, tirar ou receber, visto não existir propriedade de nada por nada. Existe apenas dar.

Se dermos, devemos dar, incondicionalmente, pois nada mais fazemos nesta existência que fazer usufruto do que nos foi “emprestado”. O Universo é o receptor final (talvez... Talvez...) da realidade.

Repito-me, já antes havia dito estas coisas.
Repito-me, interpretem-me, subjectivamente, mas procurem ver o meu "eu".
Repito-me, compreendam-me!
Isto é algo que vos dou, incondicionalmente.

Neste estranho acto, nesta estranha força, o dar, está escondida uma força maior que a deste ciclo, desta vida ou desta morte... Está escondida, à frente dos nossos cegos olhos, uma força mais pequena apenas que Deus, uma chave para algo mais profundo: existência.

Procuro ser parte do ciclo, tocar a “ordem das coisas”.
Procuro ser parte da vida, sentir a “progressão”.
Procuro ser parte da morte, alcançar o “perecimento”.
Procuro ser a força que dá, ser o “dador universal”, incondicional.

Procuro ser parte da existência... Mas, eu já dou.
Aaah, procuro, deveras, que venhas existir comigo...

Far-te-ia o convite, mas não o aceitarias. Desejas existir? Estarei à espera de te ver do outro lado do limiar.
Procura existir pelos teus próprios termos, pelo ciclo em que te inseres, pela vida que te é dada, pela morte que te é dada, pelo teu, extraordinarimante belo, e fulcral dar! Fá-lo, por ti, para ti, por mim, para mim, por nós, para nós, por Deus, para Deus... Fá-lo, unicamente, porque sim.

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