sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Ano Novo traz resoluções


E eu trago o meu desinteresse por semelhante conceito.
“Resoluções de Ano Novo”, eis algo deveras interessante. Deveras comum. Deveras falso, supérfluo e inútil.

Peço perdão, comecei de uma forma algo agressiva, mas não consigo deixar de ver tais “resoluções” como algo de extraordinariamente hipócrita, despojadas de qualquer validade e veracidade, absolutamente desprovidas de valor.

Se desejamos mudar algum aspecto da nossa vida, de forma drástica, para melhor (assumo, pelo menos, que a maioria das resoluções tenham em conta uma melhoria do estado actual, com base em comportamentos racionais e lógicos – o que nem sempre se verifica), parece-me que esperar por uma época específica para actuar é algo incoerente, não?

“Não gosto da minha vida actual, tenho que mudar X, Y e Z... A partir do dia não-sei-quê...”, pergunto-me se existirá algum interesse em particular em manter um estado que não é considerado, de nenhuma forma, óptimo. Ou será que é? Poderá ser essa a verdade, não?

O ser que deseja mudar, muda. Age, a partir do momento que toma a decisão de mudar, de modo a trazer tais “novas” características à sua realidade. O que não deseja mudar, não o faz. Pode, inclusivamente, viver na fantasia de estar a trazer mudança à sua vida quando, na realidade, permanece essencialmente imutável.

Estagnação é morte.

Se desejam mudar, façam-no. Chega de desculpas, justificações e “esperas” pelo momento oportuno. Não há momento mais oportuno que o “agora”. Nós vivemos no momento presente, não no passado ou futuro, embora muitos assim pareçam, mas tal é sempre ilusório. As fantasias de que o ser humano se reveste impossibilitam-lhe a possibilidade de alcançar algo mais.

Como se tal feito não fosse practicamente impossível à partida... Não entendo, de facto, tanta incoerência no ser humano.

Chega de “resoluções”, ninguém tem interesse em particular em ouvir falar nas mudanças pretendidas. Queremos resultados.
Queremos sempre resultados. Amaldiçoadas criaturas materialistas, queremos resultados.

As resoluções resultam, pelo menos, para o indivíduo que as profere. Se assim não fosse, não as proferia, agia. Triste realidade, quão irreal me parece...

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